Localizada na mesorregião denominada Campo das Vertentes, com população estimada em 139.061 habitantes (IBGE-censo 2021), 125.317 habitantes (IBGE-censo 2022). Barbacena está localizada a cerca de 168 km da capital do estado, Belo Horizonte. Possui extensão aproximada de 759,186 km² e altitude de 1.160 metros em relação ao nível do mar.
O município é importante polo econômico macrorregional, com comércio e prestação de serviço bastante diversificado, e referência em saúde e segurança pública. Tem na fruticultura, agricultura e pecuária e na produção de rosas e flores, juntamente com comércio varejista e prestação se serviços, seus principais indicadores econômicos.
Encontram-se sediados em Barbacena importantes órgãos públicos, tanto a nível estadual bem como federal, que contribuem para reforçar a importância que o município possui para dezenas de outras cidades circunvizinhas, tais como: A 13ª Região e 9º Batalhão de Polícia Militar; 13º Departamento e 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil; 2ª Companhia Independente de Bombeiros Militar; Superintendência Regional de Saúde (SRS); Superintendência Regional de Ensino (SRE); Campus do Instituto Federal do Sudeste de Minas (IF Sudeste MG); Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR); Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC); Faculdade de Medicina de Barbacena (FUNJOBE); Campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); unidade regional da Receita Estadual e Federal; Escola de Hotelaria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Hotel SENAC Grogotó); Colégio Tiradentes da Polícia Militar; SENAI Barbacena CFP Olavo Machado; Colégio Imaculada Conceição fundado em 8 de maio de 1895 pela francesa Irmã Paula Boisseau e dirigido, desde então, pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo; duas escolas da Rede Salesiana de Escolas (Instituto Maria Imaculada e Instituto Tenente Ferreira); sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência Centro-CISRU (SAMU 192 na região Macro Centro-Sul de Minas Gerais). Na cidade, também encontram-se escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais – EMATER, do Departamento de Estradas de Rodagem – DER, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, e do Instituto Estadual de Florestas – IEF/URFBio Centro Sul, dentre outros importantes estabelecimentos que contribuem para reforçar e destacar a polarização que Barbacena exerce sobre diversos municípios que compõem sua Região Integrada de Desenvolvimento.
Características
Cidade marcada pela política desde o Brasil Colônia, Barbacena foi terra natal de dois Governadores, Chrispim Bias Fortes e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.
Conhecida em todo o Brasil e no exterior como a “Cidade das Rosas”, em função da grande produção local desta flor. No Brasil, o município também é conhecido como a “Cidade dos Loucos”, pelo grande número dos antigos hospitais psiquiátricos instalados no local, sendo que o mais conhecido é o Hospital Colônia, o maior hospício de Minas Gerais por 100 anos, e onde funciona atualmente o Museu da Loucura. A cidade atraiu esses manicômios em decorrência da antiga ideia, defendida por alguns médicos, de que seu clima ameno, com temperaturas médias bem baixas para os padrões brasileiros, faria com que os doentes mentais ficassem mais quietos e menos arredios, supostamente facilitando o tratamento.
Cultura
A cidade tem um calendário de eventos e festividades no qual se destacam o Jubileu de São José Operário realizado em abril, a Exposição Agropecuária, em maio e a Festa das Rosas, em outubro.
Clima
Barbacena possui um clima tropical de altitude tipo Cwb ou literalmente um clima oceânico Cwb, com invernos frios e verões amenos. A temperatura média anual é de 19 °C, com índice pluviométrico anual é superior aos 1 400 milímetros (mm), concentrados nos meses de primavera e verão. O tempo aproximado de insolação é de 1 800 horas por ano.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Barbacena foi de 0,3 °C em 1 de junho de 1979, porém o recorde mínimo absoluto desde 1911 foi de −3,8 °C em 8 de julho de 1923. Já a maior temperatura registrada oficialmente pelo INMET foi de 34,7 °C em 14 de novembro de 2023.
Economia
Na economia da cidade, destaca-se o setor da agropecuária, principalmente, com o fornecimento de leite e derivados, além, é claro, do plantio de rosas. O município conta com poucas indústrias. As de maior destaque são a Nexus Ligas (Beneficiamento de ferroligas a base de manganês), e a Fiven (Carbeto de Silício). Também conta com dois abatedouros de frangos (Rivelli Alimentos e Frango Princesa), e um matadouro de bovinos e suínos (Frigo Urias). O setor de serviços é suficiente para a subsistência da cidade e região.
Turismo religioso
Para os católicos, Barbacena é conhecida por ser a cidade natal da beata Isabel Cristina, intitulada pelo Papa Francisco como “exemplo para os jovens”.
Nascida em 29 de julho de 1962, a jovem sonhava em cursar medicina para atender pessoas necessitadas até ser assassinada durante uma tentativa de estupro aos 20 anos de idade, no dia 1.º de setembro de 1982. Na época, ela residia em Juiz de Fora, preparando-se para prestar um vestibular. Sua morte causou grande comoção, sendo rapidamente considerada um martírio. Isabel foi beatificada em 10 de dezembro de 2022, em virtude de seu testemunho.
Em sua honra, foi erguido no centro da cidade, um dia após sua beatificação, um memorial que conserva seus pertences e documentos do processo de beatificação. Juntamente, foi inaugurado uma capela em sua memória, sendo ela destino de muitos devotos. No dia 6 de junho 2023, foi instituído a lei n.º 5.217 que reconhece a data de sua morte como feriado de ponto facultativo no município, homenageando assim a cidadã.
História
Origens
A cidade de Barbacena nasceu na cabeceira do Rio das Mortes. A região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram percebidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.
A região começou a ser explorada a partir do século XVII por bandeirantes oriundos de São Paulo à procura de ouro, pedras preciosas e mão de obra escrava. Os bandeirantes se estabeleceram no local chamado Borda do Campo, também denominado Campolide, onde erigiram a capela de Nossa Senhora da Piedade.
Era a Fazenda da Borda do Campo, de propriedade, desde o fim do século XVII, dos bandeirantes capitão-mor Garcia Rodrigues Pais e de seu cunhado coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme e, por carta de sesmaria, desde 1703. Ficava às margens do Caminho Novo da Estrada Real para o Rio de Janeiro, empreendimento iniciado às expensas do capitão-mor Garcia Rodrigues Pais em 1698 e que Domingos Leme ajudou a concluir. Garcia Rodrigues Pais também recebeu carta de sesmaria das suas posses antigas na Borda do Campo em 1727. A propriedade, tempos depois, passou às mãos do inconfidente José Ayres Gomes.
Em 1711, a localidade participou de um feito épico: hospedou, às custas de Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, o governador da capitania, Antônio de Albuquerque, acompanhado de um exército de 6 000 homens, que ali acampou em marcha de socorro à cidade do Rio de Janeiro, então invadida pelos franceses da esquadra de René Duguay-Trouin. Domingos Leme integrou, ainda, este exército com duzentos de seus homens.
Em 1725, o quarto bispo do Rio de Janeiro, o frei dom Antônio de Guadalupe, criou a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, que teve a antiga capela como sede provisória até 1730 foi o primeiro vigário o Pe. Luiz Pereira da Silva passando depois a sede para a Capela de N. S. do Pilar do Registro Velho (atual Sá Fortes) capela esta que caiu em ruínas e desapareceu por completo em meados do século XIX.
Em 19 de agosto de 1728 na primeira visita pastoral de D. Frei Antônio de Guadalupe, foi escolhido o “sítio da Igreja Nova” – a atual Matriz – sendo a 9 de dezembro de 1743, demarcado o local pelo Pe. Manoel da Silva Lagoinha, com uma Cruz de madeira e iniciada na mesma data a edificação do templo com as licenças do bispo D. Frei João da Cruz.
Em 27 de novembro de 1748, a freguesia foi transferida para a Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade (atual matriz), arquitetada por mestre Alpoim. Em torno da igreja, erigiu-se o “Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo”, chamado também de Arraial ou freguesia da Borda do Campo ou ainda de Arraial da Igreja Nova do Campolide e o templo entregue ao culto pelo Pe. Antônio Pereira Henriques, então vigário, autorizado pelo primeiro bispo de Mariana Dom Frei Manoel da Cruz, por provisão de 15 de novembro de 1748. As obras, entretanto, prosseguiriam até 1764, ano de sua conclusão.
Inconfidência Mineira
Pertenciam ao arraial e depois Vila de Barbacena cinco dos inconfidentes:
*Domingos Vidal Barbosa Lage, irmão do brigadeiro José Vidal; obteve comutação da pena de morte, foi exilado para a Ilha de S. Tiago do Cabo Verde, onde faleceu oito meses após a sua chegada, no Convento de S. Francisco da Cidade de Ribeira Grande. *Coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, morreu no degredo, em Bié na África.*Padre José Lopes de Oliveira, falecido no cárcere na frtaleza de São Julião da Barra, em Lisboa.
*Padre Manuel Rodrigues da Costa, proprietário da Fazenda e Capela do Registro Velho, depois de preso e degredado para Portugal retornou ao Brasil e tomou parte ativa nos acontecimentos do “Fico”, da Independência, foi eleito para as Cortes em 1820 e participante da Revolução Liberal de 1842.
*José Aires Gomes, Coronel de milícias, um dos subscritores da petição ao Visconde de Barbacena para a criação da Vila, proprietário da Fazenda da Borda do Campo, onde hospedou Tiradentes e foi local de “conventículos” da Inconfidência, morreu no exílio no presídio de Inhambane em Moçambique.
Após a morte de Tiradentes, a vila de Barbacena recebeu um dos seus braços, que teria sido erguido numa “picota” no adro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário em cujo adro teria sido sepultado. A bandeira e as armas e brasão da cidade, que contém um braço estendido, memorizam este fato.
Criação da vila
Em 14 de agosto de 1791, foi criada a Vila de Barbacena e erigido o respectivo pelourinho e Câmara pelo Visconde de Barbacena, D. Luís Antônio Furtado do Rio de Mendonça, então governador e capitão-general da capitania, que deu à vila o seu próprio título (originalmente, de Barbacena, em Portugal). O nome de Barbacena significa “Cabana de Bárbaros” e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome. A família nobre que sustentava o título de senhores de Barbacena marcou a história brasileira com um Vice-rei, um governador da capitania do Rio de Janeiro, de Minas Gerais – o sexto visconde de Barbacena que deu o seu nome à cidade. O Visconde de Barbacena, apesar de ser visto historicamente no Brasil como o algoz dos inconfidentes, era um nobre culto, especializado em mineralogia e ciências. De volta a Portugal, fez parte do grupo de nobres que não acompanhou a fuga da Corte Portuguesa, em 1808, quando Napoleão Bonaparte, dominou Portugal. Foi um dos interlocutores para garantir que não haveria ataques à população civil. Foi preso por Napoleão.
A vila teve como sede o antigo Arraial da Igreja Nova de Campolide, compreendendo, ainda, os territórios dos arraiais e freguesias de Nossa Senhora da Conceição do Engenho do Matto e de Nossa Senhora da Glória do Simão Pereira. Foi desmembrada dos territórios das Vilas de “Sam João de El Rey” e de “Sam Joze de El Rey”, confrontando com as vilas de Mariana, Queluz (atual Conselheiro Lafaiete), “Sam João de El Rey” e “Sam Joze de El Rey” (atual cidade de Tiradentes).
“Muito Nobre e Leal Vila”
Barbacena, por meio de sua câmara, foi a primeira vila de Minas Gerais a enviar representação a D. Pedro I, então regente, em favor do “Fico” (9 de janeiro de 1822), em 11 de fevereiro de 1822, dirigiu-se a Câmara de Barbacena ao príncipe regente numa representação em que se propunha para ser a sede da Monarquia portuguesa e se ofereciam os barbacenenses para descer “em massa” ao Rio de Janeiro para tomar armas em defesa do Príncipe. Estes atos lhe valeram o título de “muito nobre e leal vila”, conferido por decreto, de 24 de fevereiro de 1823 e Alvará de 17 de março do mesmo ano.
Revolta dos liberais de 1842
Barbacena foi elevada a cidade pela Lei Provincial nº. 163, de 9 de março de 1840.
Em 10 de junho de 1842, a cidade aderiu à Revolução Liberal. Instada pela Guarda Nacional e o povo, a Câmara Municipal declarou a cidade sede do governo da província e deu posse a José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, depois Barão de Cocais, como “presidente interino da Província”. Depois deste episódio, ficaram presos vários dos revolucionários na “Cadeia Velha”, dentre eles o Conde de Prados, político do Império.
Dentre os barbacenenses que atuaram no movimento, além do Conde de Prados Camilo Ferreira Armond, participaram o Cel. Marcelino Ferreira Armond, 1º Barão de Pitangui, os irmãos João Gualberto, Pedro Teixeira e Antônio Teixeira de Carvalho e o vigário Joaquim Camilo de Brito.
No século XIX, Barbacena continua como uma passagem estratégica para todos que se dirigem ao interior de Minas. Torna-se rota comercial importante e entreposto de viveres e escravos africanos. Com sua influência política consolidada, a Câmara Municipal de Barbacena tem participação ativa na movimentação pela independência do Brasil e mesmo chega a remeter carta a D. Pedro I, ofertando a cidade como capital do Brasil, em caso de ataques da metrópole ao Rio de Janeiro. Personagem de destaque deste período é o Padre Manoel Rodrigues da Costa, dono da fazenda do Registro Velho, que viveu 92 anos. O suficiente para participar da Inconfidência Mineira, receber anistia da Coroa Portuguesa, participar da Independência, representar o Brasil nas Cortes Portuguesas, apoiar a maioridade de D. Pedro II e apoiar a Revolução Liberal de 1842. Na maior parte do Século XIX, os grandes fazendeiros comandam a cidade econômica e politicamente. Os imperadores de Brasil, pai e filho visitaram Barbacena em várias épocas. D. Pedro I, concedeu à Vila, o título de “muito nobre e leal”. Mas a lealdade à monarquia brasileira não impediu que o movimento Republicano ganhasse força entre a elite política local, mesmo com vários barbacenenses de famílias importantes como os Magalhães, os Lima Duarte, os Armond e outras, ocupando cargos importante nos ministérios e na diplomacia brasileira. Ainda assim, o último monarca brasileiro visitou a cidade três meses antes da Proclamação da República. Aqui se formou um grupo paramilitar de jovens que se propunha a enfrentar Antônio Conselheiro, visto na época como anti-republicano. Foi a “Centúria Republicana”.
O fim do século XIX
Por ocasião da Guerra do Paraguai, a cidade forneceu 152 voluntários e 77 guardas nacionais para o esforço de guerra. Em 1889, Barbacena hospedou o Imperador D. Pedro II em sua última viagem a Minas Gerais e, em 1893, sediou a sessão extraordinária do Congresso Mineiro que deliberou sobre a mudança da capital do estado de Ouro Preto para Belo Horizonte.
No fim do século XIX, atendendo a uma política do Império, o município recebeu um grande número de imigrantes italianos.
A primeira leva era composta por agricultores, a maioria veio do norte da Itália. Em 15 de abril de 1888, o Governo Imperial inaugurou uma colônia de imigrantes nos arredores de Barbacena. O local foi denominado “Colônia Rodrigo Silva”, homenageando o então ministro da Agricultura. Assim como em todo o País, à época, o fluxo imigratório na cidade colaborou para o crescimento, a diversificação das atividades comerciais e agrícolas e o desenvolvimento de indústrias, como sericicultura, cerâmica, marcenaria e construção civil.
O fórum judicial e o entroncamento da Oeste
Em 30 de junho de 1923 foram inaugurados simultaneamente o entroncamento da “antiga linha da Oeste” (Estrada de Ferro Oeste de Minas) ligando a cidade a São João del-Rei e o edifício do foro judicial, que mais tarde recebeu o nome de “Mendes Pimentel”, foi construído durante o governo Arthur Bernardes e inaugurado na gestão Raul Soares. Na ocasião serviu de instalação para os cartórios do 1º. e 2º. ofícios, escrivania de paz, coletoria estadual e tribunal do júri.
As inaugurações foram feitas pelo Ministro da Viação Francisco Sá, pelo secretário do Interior Melo Viana e pelo Secretário da Agricultura Daniel de Carvalho com a presença do Arcebispo da Arquidiocese de Mariana, dom Helvécio Gomes de Oliveira e do padre Sinfrônio de Castro e dos deputados Bias Fortes e José Bonifácio.
O edital de concorrência da obra do fórum foi publicado em 25 de fevereiro de 1922 no órgão oficial do Estado, a edificação se deu em terreno adquirido pela Câmara Municipal alguns anos antes na esquina da antiga rua da “Boa Morte” e estava orçada em 77:652$800 (“contos de réis”). Em 1930 o prédio serviu de sede para o Comando Revolucionário em Barbacena.
Duas revoluções
A cidade teve participação ativa na Revolução de 1930 e na Revolução de 1932. Localizada estrategicamente às margens da estrada que levava à Capital, Rio de Janeiro, a cidade foi sede do “Quartel-General da 4ª Região Militar Revolucionária”, em 1930.
O avanço dos revolucionários de Barbacena sobre Juiz de Fora e a tomada desta praça, com a rendição e adesão das tropas legalistas, tornou livre o acesso dos mineiros à capital da República. Esse fato foi decisivo para a deposição de Washington Luís e a vitória da Revolução. A cidade participou, ainda, dos combates contra os revoltosos paulistas de 1932, fornecendo dois batalhões provisórios.
Escolas para as elites
Ao longo do período monárquico e da República Velha, Barbacena foi um importante polo educacional, com a instalação de escolas privadas importantes, tais como Colégio Abilio, Colégio Gonçalves e Renault, dentre outras. Estabelecimentos públicos destinados à elite como Ginásio Mineiro (que deu origem à atual Escola Estadual Professor Soares Ferreira) e o Colégio Militar, construíram a reputação das escolas da cidade, consolidada com a criação do Colégio Imaculada Conceição, pela religiosa francesa Paula Boisseau, do Aprendizado Agrícola, por Diaulas Abreu e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar já no fim dos anos 1940.
Imigrantes e governadores
Às vésperas da Abolição da Escravidão, em 1888, foi inaugurada a Colônia Rodrigo Silva, destinada a receber trabalhadores italianos. Juntamente com imigrantes de outras nacionalidades, estes vão ter papel fundamental na economia e na identidade de Barbacena, no Século XX. Com ramais ferroviários estratégicos e servida pela Estrada de Rodagem União Indústria, que a ligava ao Rio de Janeiro, Barbacena tinha intenso contato com a capital brasileira, fato que marca sua história até 1961, quando Brasília leva o poder da República para o centro-oeste do Brasil. Do casamento entre um jovem Andrada e uma representante da então poderosa família Lima Duarte, na segunda metade do século XIX, surge o ramo mineiro dos Andradas, oriundos de Santos, litoral de São Paulo. De Oliveira Fortes, os Bias Fortes ascendem ao poder em Minas Gerais, com Chrispim Jacques Bias Fortes governando o estado a partir de 1894. Em seu governo, aconteceu a mudança da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte. Em Barbacena, o Senado Mineiro (equivalente atualmente à Assembleia Legislativa) se reuniu para deliberar pela construção da nova capital. Portanto foi em Barbacena que nasceu Belo Horizonte. Trinta anos depois, outro barbacenense, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada se tornaria governador de Minas. Antes, porém foi prefeito de Belo Horizonte, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, senador da República, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1932-1933 e ministro do estado. Em 1935, assumiu interinamente a presidência do Brasil, durante viagem de Getúlio Vargas ao exterior. O terceiro governador mineiro nascido em Barbacena, foi José Francisco Bias Fortes, filho de Chrispim Jacques. De 1956 a 1961 governou Minas Gerais. Nessa época, apesar dos laços de parentesco, os elos entre as famílias Bias e Andrada já estavam rompidos havia duas décadas, resultando em uma disputa que se tornou histórica na política mineira.
Seda, cinematógrafo e jornais
As primeiras décadas do Século XX em Barbacena inauguram inovações e consolidam projetos da virada do século anterior. A Estação Sericícula de Barbacena, é uma indústria-escola destinada a disseminação da cultura da seda natural no Brasil. Por trás deste projeto está o imigrante italiano Amilcar Savassi. Tão visionário quanto Savassi, chega a Barbacena Paolo Benedetti, que além de manter um cinematógrafo na cidade, fez experiências com o cinema sonoro. O filme “Uma transformista original” sincroniza as imagens de uma jovem cantora da Colônia Rodrigo Silva com sua voz registrada em um disco de gramofone. A exibição feita para uma plateia composta por Bias, Andradas e Sena Figueiredo, acontece em 1910. Aliás, da Família Sena Figueiredo, vem a iniciativa da primeira importação do gado holandês, consolidando esta parte de Minas Gerais como pioneira da indústria de laticínios no país. Mas a fama do nosso queijo já estava estabelecida há pelo menos cem anos. Por volta dos anos 20 e 30 Barbacena tem fábricas de cigarros, cerveja, cordas e um comércio consolidado. A loja A Bota de Ouro, criada pelo sapateiro Jeremias Paolucci, dita a moda desde 1880. Os anúncios se multiplicam nos clichês de diversos jornais que circulam na cidade. O primeiro deles data de 1839 e se chama “O Parahybuna”, época em que o rio que corta Juiz de Fora ainda estava no território de Barbacena – Juiz de Fora foi distrito de Barbacena até 1850.
As consequências do envolvimento de lideranças barbacenenses no Movimento Liberal de 1842, possivelmente deixou a cidade sem jornais impressos até 1880. Daí para frente, dezenas deles surgem, alguns inusitados como o “Revolucionário” publicado durante a revolução de 1930 – de 5 a 29 de outubro – até o mais longevo deles: Cidade de Barbacena, de 1898 a 1993. A imprensa, além do registro factual ainda nos reserva o privilégio de apresentar obras fundamentais de escritores como Padre Mestre Correia de Almeida e desenhos de Alberto Delpino, pai de Delpino Júnior, um mestre da pintura e da caricatura anos mais tarde.
Champagne francês, tuberculose e loucura
Parece loucura, mas é no prédio do hotel mais requintado de Barbacena, no final do Século XIX, que vai surgir um dos mais terríveis hospícios públicos do Brasil. Para o antigo “Sanatório de Barbacena”, uma espécie de spa para “doenças nervosas” e depois tuberculose – criado pelos médicos Rodrigues Caldas e Gonçalves Ramos – vinha a elite carioca, aproveitando-se da comodidade do ramal da Estrada de Ferro D. Pedro II, depois, Central do Brasil. Lá, havia talheres de prata, telefone (o primeiro da cidade) e serviço a la carte, no restaurante. Nesta época, os ares serranos da Mantiqueira e o frio quase europeu atraia pacientes de diversas regiões em busca do clima terapêutico, cuja fama já se espalhava pelo Brasil. Em Sítio (hoje Antônio Carlos) também havia um sanatório para tuberculosos. Em busca de alívio para sua doença, o segundo presidente republicano, Floriano Peixoto, circulava em Barbacena, na companhia da esposa e das filhas pequenas, uma delas nascidas na cidade. Para o Marechal, o ar puro de Barbacena e a atenção de seu médico, Olinto Magalhães, foram eficazes. Para o escritor Mulato Cruz e Souza, nem tanto. Tuberculoso e solitário, o poeta simbolista morreu em Sítio (Curral Novo), em 1898. Seu corpo retornou ao Rio de Janeiro em um vagão para animais. Dez anos antes, no Sanatório de Barbacena, o Imperador Pedro II e a comitiva imperial, almoçaram durante a sua visita derradeira a Barbacena. O menu sofisticado e em francês atesta que o local era digno de reis e rainhas. Mesmo assim, faliu e foi vendido a Governo. Em 1903, ali foi instalada a primeira sede da Assistência aos Alienados de Minas Gerais. Seu diretor, o deputado e médico Joaquim Dutra, inaugurou a psiquiatria pública em Minas Gerais. Em 1930, o hospício já tinha dois departamentos, um feminino, no período originário do Sanatório de luxo e outro a poucos quilômetros abaixo, onde se instalou uma colônia agrícola para homens. Em pouco tempo, a pequena estação do Sanatório, agora denominada “Bias Fortes”, recebia levas e levas de pacientes, na maioria indigentes vindos de todos os cantos do estado. A superlotação que se seguiu desenhou o cenário de horrores do Hospital Colônia de Barbacena, abastecido continuamente pelos “trens de doido”. O frio salutar nos tempos do Sanatório agora era o fator mortífero da Colônia, que a cada inverno registrava um número assustador de óbitos. Até a década de 1990, a história do Hospital Colônia foi marcada por mortes, maus tratos, superlotação, internação de adultos e crianças, insuficiência de recursos para a assistência e até venda de cadáveres para Faculdades de Medicina. A instituição pública e suas congêneres privadas, deram a Barbacena o incômodo apelido de “Cidade dos doidos”. Denúncias na imprensa ao longo de décadas registraram a história que até hoje assombra por sua duração e dimensão.
Holocausto brasileiro
O Hospital Colônia
A cidade atraiu muitos manicômios em decorrência da antiga ideia, defendida por alguns médicos, de que seu clima ameno, com temperaturas médias bem baixas para os padrões brasileiros, faria com que os doentes mentais ficassem mais quietos e menos arredios, supostamente facilitando o tratamento.
O Hospital Colônia de Barbacena foi fundado em 1903 e, após pouco tempo de sua inauguração, tornou-se referência nacional em Psiquiatria, sendo procurado por diversas famílias que buscavam tratamento para seus “desajustados”. Tendo inicialmente cerca de 200 leitos, o Colônia estava operando muito acima de sua capacidade normal, contando com, em média, 5 mil pacientes por internação na década de 1950 – há um relato, do Doutor Jairo Toledo, que, em um único dia, dezessete pacientes vieram a morrer durante a madrugada, vítimas do intenso frio.
Os pacientes, oriundos de diversos estados do Brasil, chegavam em Barbacena por trem, em vagões abarrotados, cuja condição desumana fez surgir a expressão “trem de doido” para significar viagem ao inferno. Enquanto o plano do Hospital Colônia era primariamente atender a pessoas com transtornos mentais, o local acabou por tornar-se um campo de extermínio para aqueles que não se adequavam aos padrões normativos da época ou não atendiam aos interesses políticos de classes dominantes.
Vida na instituição
As condições de vida dentro da instituição eram sub-humanas. O psiquiatra italiano Franco Basaglia, que teve a chance de visitá-lo em 1979, chegou a comparar o local a um campo de concentração nazista e exigiu seu fechamento imediato. O fechamento do Colônia só ocorreria anos mais tarde, durante a década de 1980. Em 1996, anos após seu fechamento, o Colônia foi reaberto, desta vez transformado no “Museu da Loucura”.
É importante realçar que, dentro dos 60 mil mortos, cerca de 70% dos pacientes do Colônia não possuíam diagnóstico de transtorno psicológico algum. Muitos dos pacientes eram apenas alcoólatras, andarilhos, amantes de políticos, crianças indesejadas, epiléticos, inimigos políticos da elite local, prostitutas, homossexuais, vítimas de estupro e pessoas que simplesmente não se adequavam ao padrão normativo da época, como homens tímidos e mulheres com senso de liderança ou que não desejavam casar-se.
Além de serem forçados a trabalhar manualmente e dormir sobre folhas, os internos ainda precisavam lidar com estupros, torturas físicas e psicológicas que eram frequentes dentro do Hospital. Pacientes eram submetidos a terapia de choque e duchas escocesas sem nenhuma razão aparente; tal tortura era aplicada com o propósito de servir apenas como castigo ou devido à perseguição oriunda de falta de afinidade entre pacientes e funcionários. Muitos não resistiam e acabavam falecendo.
Devido à superpopulação, os internos andavam parcialmente ou completamente nus e eram expostos às baixas temperaturas de Barbacena durante a noite. Em uma tentativa de sobreviver, buscavam aquecer-se dormindo em círculos, mas ainda assim muitos padeceram por conta de hipotermia.
Não existia um sistema de água encanada ou suprimento de alimentos que abastecessem o alto número de pacientes. Muitos banhavam-se ou bebiam de um esgoto a céu aberto dentro do local. Para proteger seus bebês que eram separados das mães após algum determinado tempo, grávidas cobriam a si mesmas com fezes, evitando que funcionários e outros pacientes se aproximassem. Doentes eram abandonados em seus leitos para morrer. Crianças que cresceram dentro do Colônia jamais aprenderam a falar, ler ou escrever, e contavam com a ajuda de bons-samaritanos no local para realizar atividades mais básicas.
Em 1961, o fotógrafo Luiz Alfredo do jornal O Cruzeiro retratou a realidade dentro do Hospital por um determinado período de tempo, trazendo a público o que ocorria no interior dos muros do Colônia. Em 1979, o jornalista Hiram Firmino publicou diversas reportagens intituladas “Nos porões da loucura“, que revelavam a verdadeira loucura do que se passava no Hospital Colônia, e Helvécio Ratton realiza o filme sobre o mesmo tema intitulado Em Nome da Razão.
Tráfico de corpos
Com o alto índice de mortalidade no Colônia, o cemitério próximo já não possuía mais espaço para comportar tantos mortos. Visando uma alternativa, funcionários corruptos encontraram no tráfico de corpos uma maneira de amenizar a situação e lucrar com isso – diversas universidades ao redor do país encomendavam os restos mortais das vítimas do Colônia para seus laboratórios anatômicos, como por exemplo a Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Quando a procura era baixa, os corpos eram meramente dissolvidos em ácido.
Até o início de 1980, aproximadamente 60.000 pacientes morreram. Entre estes mortos, 1.853 tiveram seus corpos vendidos para faculdades de medicina. Após o fechamento, seus pouquíssimos sobreviventes foram transferidos para abrigos de melhores condições e, por direito, passaram a receber indenização do Estado. Seus relatos podem ser encontrados no livro da jornalista Daniela Arbex, intitulado Holocausto Brasileiro.
Revolução de 30, Vargas e os exilados da Guerra
Barbacena participou ativamente da Revolução que encerrou a República Velha e a política do “Café com leite” – revezamento de Minas e São Paulo no poder. Quartel revolucionário, interventores, tropas nas ruas e nos trilhos compunham o cenário na época. O episódio histórico também marcou a ruptura das duas principais lideranças políticas da cidade que passou a viver dividida. Dois clubes, dois times de futebol… Bias, PSD, Andradas, UDN. Situação e oposição em permanente embate. Serras Azuis, livro de Augusto França de Lima, então um professor do Ginásio Mineiro, retrata o ambiente da época. A cidade conservadora e fervorosamente católica convive com mentes libertárias como a professora Maria Lacerda de Moura, pioneira do feminismo e do amor livre no Brasil. Na poesia, reina o pessimismo sombrio de Honório Harmond, que recusa com razão o folclórico título de “Príncipe dos Poetas Mineiros”. A vocação de passagem para o interior das Minas Gerais é mantida. Por aqui passam os modernistas – Oswald e Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Blaise Cendrars – redescobrindo o adormecido Barroco Mineiro. O compositor e maestro francês, Fernand Jouteux, autor da ópera “Os Sertões” passa várias vezes por Barbacena, antes de recolher-se em Tiradentes. Georges Bernanos escolhe morar em Barbacena pela sonoridade do nome da fazenda que Virgílio de Melo Franco lhe dá por empréstimo. É o “Caminho da Cruz das Almas”. Aqui, o fazendeiro Bernanos, católico e crítico feroz do nazismo, recebe em sua casinha bucólica, desde jovens escritores como Paulo Mendes Campos, Hélio Peregrino e outros, até o consagrado e exilado Stefan Zwelg, que pouco depois se suicida em Petrópolis. Na trilha de Bernanos, vem o pintor Emeric Marcier. O judeu romeno, traz a aura medieval do leste europeu para dialogar com os céus cinzentos de Ouro Preto. Um caso isolado na pintura brasileira do Século XX. Enquanto na Revolução de 30, Carlos Drummond de Andrade, senta praça nas fileiras revolucionárias, paquerando belas barbacenense no saguão do Grande Hotel, João Guimarães Rosa, faz seus últimos exames como médico do Nono Batalhão da Polícia Militar, para abandonar a medicina e a farda para a carreira diplomática que vai garantir sua possibilidade de ser um dos
maiores escritores da língua portuguesa. Inundado pelo nacionalismo da Era Vargas, Flausino Vale, faz seu violino erudito resgatar a cultura popular. Admirado por Villa-Lobos, Flausino é comparado ao virtuose italiano Paganini e até hoje sua música é admirada no mundo todo. Outro artista com fortes raízes barbacenenses é Amim Feres, cantor lírico, com carreira internacional consolidada na Alemanha e reconhecida dentro e fora do Brasil.
Rosas e o Ponto de Partida
No avançar do Século XX, a força política vai sendo suplantada pelo poder econômico. Barbacena reflete esse momento histórico. Citada como clima perfeito para a floricultura e a fruticultura, em relatos de Saint Hilaire e Richard Francis Burton, os jardins e pomares de Barbacena ganham notas elogiosas. Porém, vai ser a partir das décadas de 60 e 70 que a atividade ganha impulso com maior escala de produção e exportação. Uma empresa alemã assume o segmento, mas não se mantém por muito tempo no mercado. Os pequenos e médios produtores da cidade e distritos é que manterão o título de “Cidade das Rosas”. No final dos anos 60, o Parque de Exposições Senador Bias Fortes passa abrigar grandes feiras agropecuárias e a Festa das rosas que ajuda a consolidar o título da cidade. A indústria nos segmentos têxtil, cimento e abrasivos se instala na cidade, que ainda assim se mantém graças ao serviço público, o agronegócio e a prestação de serviços, em especial na medicina clínica e de diagnóstico. Na cultura, com ciclos de aquecimento e declínio, só o grupo de teatro Ponto de Partida, formado em 1980, se consolida como núcleo permanente de produção, formação e agora ensino nas artes dramáticas e musicais. A Estação Sericícula de Barbacena, só se salva da ruína por abrigar o grupo que lá instala uma escola de música popular, além de estúdio e salas de ensaio.
Iniciativas que preservam os bens culturais
-A criação do Museu da Loucura, em 1995, é um marco na história da psiquiatria brasileira, instalado no prédio do antigo Hospital Colônia.
-O antigo Solar dos Penna, da Família do Visconde de Carandaí, abriga o Museu Municipal, onde é contada a história de Barbacena desde os tempos dos índios Puris até a modernidade, além de manter a Sala da Imprensa, que guarda relíquias da imprensa regional, em especial as oficinas tipográficas do Jornal Cidade de Barbacena.
-O pintor romeno Emeric Marcier tem hoje sua residência preservada, com afrescos de grandes dimensões, no chamado Sítio Sant’Anna.
-A casa de George Bernanos, desde 1968 está mantida para registrar a passagem do escritor francês que viveu em Barbacena por cinco anos – de 1940 a 1945.
-Arquivo Histórico Municipal Professor Altair Savassi (AHMPAS). Criado em 2003, é um órgão subordinado à Diretoria de Cultura da AGIR, Agência de Desenvolvimento Integrado de Barbacena e Região, da Prefeitura Municipal. O AHMPAS tem por finalidade recolher acervos documentais permanentes e coleções referentes a história de Barbacena e região, de caráter público e privado, para preservá-los, organizá-los e descrevê-los a fim de facilitar a consulta dos documentos e de torná-los úteis à pesquisa. O arquivo visa, ainda, realizar a gestão documental e elaborar instrumentos de pesquisa, objetivando tornar acessível o acervo, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento de estudos sobre a localidade, possibilitando o resgate da memória e da história regional e garantindo ao cidadão um acesso rápido e eficaz à informação.
Formação Administrativa
Distrito criado, com a denominação de Barbacena, pelo Alvará de 16-01-1752 e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891.
Elevado à categoria de vila, com a denominação de Barbacena, em 14-08-1791.
Pelo Alvará de 24-02-1823, teve o título de “nobre e muito leal vila de Barbacena”.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Barbacena pela Lei Provincial n.º 163, de 09-03-1840.
Pela Lei Provincial n.º 1.723, de 10-10-1870, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Nossa Senhora dos Remédios e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 1.830, de 10-10-1871, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Desterro de Melo e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 1.887, de 15-07-1872, é criado o distrito de Santana da Ressaca e anexado ao município de Barbacena.
Em 1874, é criado o distrito de Ribeirão de Alberto Dias confirmada pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 2.149, de 30-10-1875, ou por Lei Provincial n.º 149, de 30-10-1875, e por Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891 é criado o distrito de Quilombo e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 2.325, de 12-07-1876, o distrito de Santana da Ressaca passou a denominar-se Santana do Carandaí.
Pela Lei Provincial n.º 2.701, de 30-11-1880, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Santo Antônio da Ibertioga e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 2.712, de 30-11-1880 e por Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Santana do Livramento e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 2.799, de 30-10-1881, é criado o distrito de Borda do Campo e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 2.906, de 26-09-1882, Barbacena adquiriu do município de Lima Duarte o distrito de Santa Rita do Ibitipoca.
Pela Lei Provincial n.º 2.955, de 07-10-1882, o distrito de Borba do Campo passou a denominar-se São Sebastião dos Torres.
Pela Lei Provincial n.º 3.272, de 30-10-1884, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de São Domingos e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Provincial n.º 3.798, de 16-08-1889, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Santa Bárbara do Tugúrio e anexado ao município de Barbacena.
Pelo Decreto n.º 318, de 09-01-1891, o distrito de São Domingos tomou o nome de São Domingos do Monte Alegre.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Curral Novo e anexado ao município de Barbacena.
Pela Lei Resolução n.º 50, de 19-09-1895, o distrito de Ribeirão de Alberto Dias passou a denominar-se São José da Ressaquinha.
Pela Lei Municipal n.º 52, de 21-09-1895, o distrito de Curral Novo passou a chamar-se Bias Fortes.
Pelo Decreto Municipal n.º 148, de 20-05-1896, o distrito de Quilombo passou a denominar-se União.
Pela Lei Estadual n.º 556, de 30-08-1911, foram criados os distritos de Pedro Teixeira e anexados ao município de Barbacena. Também foi criado o distrito de Campolide, com terras desmembradas do distrito de Santa Rita da Ibitipoca, e anexado ao município de Barbacena.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 14 distritos: Barbacena, Bias Fortes, Campolide, Santana do Carandaí, Desterro do Melo, Ibertioga, Pedro Teixeira, Remédio, Ressaquinha, Santana do Livramento, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Rita da Ibitipoca, São Domingos do Monte Alegre, São Sebastião dos Torres e União.
Pela Lei n.º 663, de 18-09-1915, foi criado o distrito de Ilhéus, criado com terras desmembradas do distrito de Santo Antônio de Ibertioga, e anexado ao município de Barbacena.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920 o município é constituído de 16 distritos: Barbacena, Bias Fortes, Campolide, Carandaí, Desterro de Melo, Ilhéus, Livramento ex-Santana do Livramento, Padre Teixeira, Nossa Senhora dos Remédios, Ressaquinha, Santa Rita da Ibitipoca, Santa Bárbara do Tugúrio, Santo Antônio da Ibertioga, São Domingos do Monte Alegre e São Sebastião dos Torres.
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, é desmembrado do município de Barbacena o distrito de Santana do Carandaí, elevado à categoria de município com a denominação Carandaí. A mesma Lei altera a denominação dos distritos de Ilhéus para Padre Brito e de Nossa Senhora do Remédio para Remédio. O mesmo instrumento legal transfere do município de Barbacena o distrito de Pedro Teixeira, para ser anexado ao de Lima Duarte e transfere o distrito de São Domingos do Monte Alegre para o município de Alto do Rio Doce.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 13 distritos: Barbacena, Bias Forte, Campolide, Desterro de Melo, Padre Brito, Remédios, Ressaquinha, Santana do Livramento, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Rita do Ibitipoca, Santo Antônio da Ibertioga, São Sebastião dos Torres e União.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 13 distritos: Barbacena, Bias Fortes, Desterro de Melo, Padre Brito, Remédio, Ressaquinha, Saldanha, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Rita da Ibitipoca, Santana do Livramento, Santo Antônio da Ibertioga, São Sebastião dos Torres e União.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 88, de 30-03-1938, o distrito de Campolide passou a chamar-se Saldanha.
Pelo Decreto-Lei n.º 148, de 17-12-1938, é desmembrado do município de Barbacena os distritos de Bias Fortes, Saldanha e Ibitipoca, para formarem o novo município com a denominação de Bias Fortes. Pela mesma Lei o distrito de Santa Bárbara do Tugúrio passou a chamar-se Tugúrio, Santana do Livramento a chamar-se Livramento, Santo Antônio da Ibertioga a chamar-se Ibertioga, Bias Forte a chamar-se Sítio e o distrito de São Sebastião dos Torres a chamar-se Torres.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, o município é constituído de 10 distritos: Barbacena, Desterro de Melo, Ibertioga, Livramento, Padre Brito, Remédio, Ressaquinha, Torres, Sítio e Tugúrio.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, o distrito de Remédio passou a chamar-se Angoritaba, Livramento a chamar-se Oliveira Fortes e Torres a chamar-se Correia de Almeida.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944 a 1948, o município é constituído de 10 distritos: Barbacena, Angoritaba, Desterro de Melo, Ibertioga, Oliveira Fortes, Padre Brito, Ressaquinha, Correia de Almeida, Sítio e Tugúrio.
A Lei Estadual n.º 336, de 27-12-1948, desmembra do município de Barbacena o distrito de Sítio, elevado à categoria de município com a denominação de Antônio Carlos. Ainda pela mesma Lei é criado o distrito de Paiva, com terras desmembradas do distrito de Oliveira Forte, e anexado ao município de Barbacena.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 10 distritos: Barbacena, Angoritaba, Correia de Almeida, Desterro de Melo, Ibertioga, Oliveira Fortes, Paiva, Padre Brito, Ressaquinha e Tugúrio.
Pela Lei Estadual n.º 1.039, de 12-12-1953, é desmembrado do município de Barbacena o distrito de Angoritaba, elevado à categoria de município com a denominação de Senhora dos Remédios. Pela mesma Lei são desmembrados de Barbacena os distritos de Oliveira Fortes, de Paiva e de Ressaquinha, todos elevados à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 6 distritos: Barbacena, Correia de Almeida, Destêrro do Melo, Ibertioga, Padre Brito e Tugúrio.
Pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, são desmembrados do município de Barbacena os distritos de Desterro de Melo, Ibertioga e Tugúrio, todos elevados à categoria de município. Sob a mesma Lei é criado o distrito de Senhora das Dores e anexado ao município de Barbacena.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Barbacena, Correia de Almeida, Padre Brito e Senhora das Dores.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1995.
Pela Lei n.º 3.365, de 08-11-1996, foram criados os distritos de Colônia Rodrigo Silva, Costas da Mantiqueira, Faria, Galego, Mantiqueira, do Palmital, Pinheiro Grosso, Ponte do Cosme, Ponte Chique do Martelo e São Sebastião dos Torres e anexados ao município de Barbacena.
Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído de 13 distritos: Barbacena, Colônia Rodrigo Silva, Correia de Almeida, Costas da Mantiqueira, Faria, Padre Brito, Galego, Mantiqueira do Palmital, Senhora das Dores, Pinheiro Grosso, Ponte do Cosme, Ponte Chique do Martelo e São Sebastião dos Torres.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fontes: Prefeitura de Barbacena, IBGE, Wikpédia.
BARBACENA. In: ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1958. v. 24, p. 136-144. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_24.pdf. Acesso em: jan. 2015.